segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

a arte de peidar em silêncio

pede a conta
com as moedas
no bolso carrega pente de revólver
adoça o álibi no cafézinho
Pufe!
dispara seco
cheirinho de verão
lavanda e árido.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

JARDIM DA EXPERIÊNCIA 2

Foto Por Antonio Carlos Zardos
Amigos, punheteiros e desocupados, trago-lhes mais uma flor psicodélica do meu jardim de experimentações. Lembrando-os, o jardim da experiência é a porra do meu ócio somado a minha cara de pau. Ou seja, musiquinhas gravadas de forma precária, com execução medíocre e sons da paisagem. Como tudo o que é publicado neste blog, um monte de nada, isso faz de mim um gênio. hahaha.

Enfim, esta canção se chama Dáralin. Minha musa, Dáralin, linda, linda, linda. Nesta canção utilizo, além do violão, gaita, harmônica de taças de vidro, um tambor velho e Campari com soda e gelo.

ps: Não sei tocar gaita, nem harmônica de taças... isso, também, faz de mim um gênio. hahaha.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Certa manhã acordei de sonhos intranquilos

Ao acordar
com sirenes de Kafka ao meu lado
pude notar que não era tão estranho
mesmo que não fosse nada além de lençóis
eu nasci ali, naquela cama
nasci assim, vivo assim
e provavelmente, não mude até morrer
conhaque, campari, cerveja
tomo porres, gosto da ressaca
engulo porra, odeio o gosto
sou inerte
indiferente e apático
nada me surpreende
não levo a sério
trabalho, faculdade, ideologia
gosto de fingir que sei das coisas
na verdade não sei de nada
mas, basta uma garrafa de vinho
daí eu falo, com propriedade
Hemingway, Dostoievsk, Nietzsche, Ginsberg, Bukowski
e todo mundo acredita
e eu sorrio, dono da verdade
por fim com minhas botas furadas
e minha camisa desbotada
fingindo ser beatnik
chego em casa, fumo um cigarro
me deito e o sono, de imediato, me derruba
noutro dia acordo
com a mesma dor de cabeça
e nenhum mar à vista
o almirante do concreto
o naufrago da cidade
a história se repete
Assim é, sempre foi
minha vida
tão chata e vazia
como a de todo o resto da humanidade.

(a única diferença é que eu me conformo)


Mais um ano que começa - 2011 - grande bosta, só régua pra medir tempo e contar horas. A gente só envelhece porque os homens querem assim. Nascer, crescer, reproduzir, morrer. hahahaha. Pra mim só falta o último estágio. Bem, de qualquer forma espero que as coisas mudem sempre pra melhor, isso é a evolução, ou Darwin não sabia de nada. Quero mais tempo com minha família e amigos, quero um milhão de porres, um penico de vômito, novo. Quero que morra bastante gente neste ano, o mundo tá cheio. E desejo a todos um grande ano, se não for tão grande, pelo menos maior que o outro, nada de paz, amor e saúde. Somente o suficiente.
Se os Maias e a mente fantasiosa dos seres humanos, estiverem certo, este é um dos nossos últimos anos. Eu quero mais é que essa porra se exploda e sobre apenas a minha casa e o bar do japonês, na esquina, pra eu ter onde beber.