Hoje bebo acompanhado da saudade
pra celebrar o seu aniversário
tá muito frio, cubra os pés
e neste momento a saudade é o que me deixa mais próximo a você
o problema é que a saudade não bebe, então bebo por dois
No final acabo sempre embriagado, e sorrindo pra saudade
Desenho seu nome na fumaça do cigarro
e do outro... outro... outro, eu sei que fumo muito, desculpa, mas é que eu gosto tanto, gosto tanto de você, tanto do cigarro... acredito que as pessoas tem que fazer aquilo que gostam, que você tem que fazer aquilo que gosta
Eu gosto tanto de estrelas, eu sou o dono da lua...
Por que não me deixa te ver nua?
Eu sou deus, e pode ser também se quiser
Tenho parte com o demônio, e ele por mim um admirável respeito, chego a pensar que um pouco de medo,e eu um pouco de medo de você... no final a história sempre se repete, porém, esse medo me apetece...
Pode me falar sobre demasia, fotografia, amor, loucura... sou tão louco quanto você
sou um admirador oculto pegando fogo dentro de um cubo de gelo
sou o que há por detrás do seu reflexo no espelho
Lembra do jardim?
Da casa com um piano branco na sala?
Das crianças correndo?
Das plantas e ervas que teríamos na horta?
Lembra das estrelas que eu fiz aparecer pra você?
das mentiras que eu passei a acreditar pra contar?
das declarações alcoolicas, porém, sinceras?
Lembra do lençol?
de quando eu fiz o tempo parar?
de quando a gente nem ligou por ele passar?
Lembra das fotos que viraram beijo?
E gosto...
do cheiro, do beijo, do encaixe
do gosto, do gemido, das palavras, da genialidade
dos defeitos perfeitos, da sensibilidade
da simples complexidade
do sorriso, do nariz, da singularidade
da mulher, do homem, da dubiedade
Talvez case comigo, talvez eu morra, talvez eu te mate
Quero que case, quero que morra, quero que me mate
Quero que cante, quero ímpares beijos, quero sorrir com a saudade
Quero um canto ao seu canto, um pedaço no espaço do seu corpo
um sorriso no espaço do seu rosto, metade da confusão da sua alma
Vamos discutir seus números, seu segredos, seus desejos
Vamos falar sobre nossos medos, e vamos nos proteger deles
Vamos falar sobre devaneios, e vamos sonhar acordados
Vamos domar o tempo e ignorar a distância
Vamos ignorar os dias de semana
Vamos gostar, viver, morrer... juntos
Nos completamos aos versos
Feito poesia e inspiração
(na vitrola Miles Davis, no cinzeiro dois maços de Hollywood, no sangue dois litros de tinto, nos braços uma saudade, no peito um sentimento, no consciente um pouco de medo)
6 comentários:
Vamos falar sobre nossos medos, e vamos nos proteger deles.
Eu protejo vc e vc me proteje pode ser? Eu sou forte, não deixo ninguem fazer algo ruim pra vc.
Afinal minha poesia não sai sem inspiração, vc é cada partícula de uma poesia nada montada, nada ensaiada, nada planejada.
Não quero falar, mas quase morri com esse texto.haha
Eu lembro de tudo isso, e preciso te lembrar de outras mais que vamos ter que colocar em bilhetinhos grudados na geladeira.
No alto, pra Alice não come-los.
Te espero toda hora.
13 bjos.
To falando do sistema, meu tanto bem.
Aquele que eu tento fugir todos os dias.
Bjos
Em cada pedacinho de vc.
Bravo!
gostei muito desse texto.
um tanto honesto , um tanto apaixonado de trágicos tragos e doces segredos.
beijos pra ti, paes.
Anita.
Nossa! Mais uma vez você me fez lembrar de mim. Eu era assim, juro. Que interessante esses encontros. O meu e o seu num espaço meio irreal. Gostei muito, Paes, ainda mais com os cigarros e Miles Davis ao fundo. Amei. Beijo.
bonito texto.
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