Há bilhões de anos
lá estão elas nos observando
de cima o plano toma cores
e estamos estáticos, fossilizados
nus e agarrados
dois corpos em um único espaço
contrariando todas as leis da física
Há bilhões de anos
estamos alinhados
corpo e alma
e esquecendo o que não serve de lembrança
a nossa sombra derrete a luz
o meu corpo derrete e se funde ao teu
Esse mundo já ficou pequeno pra nós
Agora, eu e você somos o mundo e nada mais existe
Além de nós
o resto é irreal
Vou desenhar pra você um novo universo
inverso, o avesso das palavras
uma linguagem escrita por olhares
uma esfera brilhante, a gênese de uma nova dimensão
Há bilhões de anos
lá estão elas nos observando
as estrelas, sempre tão serenas
nos envolvendo como parte da constelação.
(poema, originalmente, publicado em 06.07.2009, neste blogue)
6 comentários:
Belíssimo! Duas almas e os corpos se fazendo um é quase mágico, quase sempre...
Eu conheço as estrelas. Algumas moram perto do meu planeta, pr'onde viajo quase sempre, explorando o universo e criando dimensões.
Elas estão sempre sorrindo, por isso o brilho.
Beijo, Vini!
há bilhões de anos, não era possivel encontrar as estrelas de forma tão bela, era como se diz, eu e ela...
entre olhos que não podem ver tal beleza serena eu brinco com meu riso que sente sua leveza!
esse poema da vontade de nunca mais voltar pra Terra...
beijos...
Francisco, é sempre uma honra sua presença por aqui.
Isa, querida amiga, as estrelas nunca deixaram de sorrir.
Mayra, obrigado pela visita, volte sempre.
Ana, eu ainda não voltei pra Terra, moro por aí, em meio a essas linhas, ou outras e outras e outras.
tu pode espiar, mocinho.
beijo.
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