O crioulinho era sujo
tinha terra nos dentes
cabelo seboso
quase não abria os olhos
catava latinha
pra fumar crack
e reciclar a mente
pedia trocados
dormia em praça públicade olhos abertos
***
dois guardas passam
grudam o crioulinho pelo pescoço
rasgam a roupa
o crioulinho desnudo
e condescendente
por falta de opção
parecia nem estar ali
lavam o cu do crioulinho
com creolina
comem o cu do crioulinho
sem parcimônia
sem cuspe
a seco
a cada estocada
escorria um líquido espesso e escuro
merda e sangue
merda e sangue
o ato termina
os guardas beijam a boca do menino
prometem voltar amanhã
saem sorrindo
o crioulinho agradece
sobe as calças e deita dormir
amanhã acorda cedo pra catar latinha.
7 comentários:
Nossa, Paes. Um poema tão explícito quanto o cu do crioulinho. O pior de tudo é que isso acontece todos os dias, na nossa cara...Ai, durma-se com uma sensação dessa.
Beijo
Que bosta...
e o criolinho ja nem sente
e o criolinho não sabe se mente, se vive ou se vende
E vai vivendo por viver
empurrado
enlatado
cuspido
cagado.
Qualquer coisa é poesia, né.
Festas felizes, deixo
2011 abraços em prosperidade!
:-)
Heduardo
Qual a diferença de eu ser anônimo ou falar que sou José, se a "poesia" continua a mesma merda?
Quem e esse imbecil anonimo! bem Vi, o importante e provocar, gostem ou nao! Esse criolinho e apenas um de tantos que tem hemorroida como cafe da manha.... Muito duro! muito duro e triste. A realidade e triste! gosto dos teus poemas transparente ,acidos ...corroem a hipocrisia. beijos ,Vi.Feliz 2011! e esperando o facebook!
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