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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

QUERO TEU PÂNCREAS PRA MIM

Não! Hoje
não quero saber do teu coração
nem da cor dos teus olhos
nem do gosto da tua buceta

Eu só quero teu pâncreas

Não me importa
a cor do bico da tua teta
nem o tamanho dela
nem se teu cu é rosadinho e apertado

Eu só quero teu pâncreas

Pra secretar hormônios
e regular os níveis de glicose no meu sangue
pra compensar o doce que você faz
quando eu quero te comer

 Quero teu pâncreas pra mim!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Dos falsos prazeres

Havia sangue no espelho
de procedência duvidosa
num aglomerado de indecência
o jornal anunciou a nova tendência da ciência
se aliando aos novos padrões da moda
e ditando as novas regras da beleza

eu ignorei e continuei me masturbando
idealizando minha imagem, travestido
onde me comia e me chupava
gozava e cuspia, maldita porra amarga
não faz mal, no fim a luz sempre apaga

ainda há sangue no espelho.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Era uma arma
uma única bala

Atiro primeiro em você
Logo em seguida atiro em meu peito

e fico me perguntando:
"como isso é possível?"


(devolveram meu sadismo)

v.m.paes

quinta-feira, 7 de maio de 2009

"As cenas de sexo não irão ao ar!"
(Nada além dos rostos. Nem a beleza do lençol deslizando delicadamente sobre os dois corpos, a cama absorvendo todo o suor. O ar úmido da dupla respiração num mesmo tom)
"As cenas de violência não irão ao ar"
(Mentira! Eles vivem me sujando todo de sangue, e nem sempre é sangue verdadeiro.)
...Eles não querem me deixar pensar, muito menos acreditar no que penso...
(Mas não são fortes o suficiente)

...Pensando... bato cinzas... trago novamente... me acomodo no sofá.
(a pergunta ainda martelando em minha cabeça)

'Afinal, Quem roubou meu sadismo?'



v.m.paes

terça-feira, 5 de maio de 2009

Meu rosto...
coberto por uma vasta fumaça
na tevê os mesmos canais, quais eu passo sem sentido
vontade de dormir, de chorar, de fumar novamente.
perguntando incessantemente para minha inquieta mente
"Quem roubou meu sadismo?"


v.m.paes