segunda-feira, 18 de maio de 2009

AQUELA COISA TODA - primeira parte


Tem horas que sinto falta da figura da fábrica, imponente no horizonte da cidadezinha, da fumaça cinza que ela sutilmente cospe pelas chaminés, qual eu nostalgicamente vejo um pouco de beleza. Os homens azuis com código de identificação, as pessoas acéfalas reunidas na praça.

Tem horas que sinto falta de tanta coisa louca que eu fico trancando no sanatório dos meus pensamentos. Resolvi matar pessoas agora, postar os corações numa redoma de vidro, sentar em frente e ficar por ali meses observando a decomposição.

Alternando o fluxo de idéias superficiais que tenho, sobretudo àquilo que se faz imediato perante o tempo, o fuso-horário dos meus sonhos com o mundo real aumentou. Ultimamente venho perdendo o horário do trem pelo simples prazer em me atrasar.

Nos meus devaneios todos são bem vindos, basta apenas pedir pra entrar. Sonhos compartilhados, irrealidade saborosa. Mas que me procurem, pois não vou voltar agora, talvez quando o inverno passar. Talvez eu passe com ele.


v.m.paes

2 comentários:

Nátalin Guvea disse...

Tem horas que sinto falta de tanta coisa louca que eu fico trancando no sanatório dos meus pensamentos. Resolvi matar pessoas agora, postar os corações numa redoma de vidro, sentar em frente e ficar por ali meses observando a decomposição.


!

Adriana Godoy disse...

Tem horas que quero ler a segunda parte, pois a primeira é boa e dá vontade de continuar. beijo.