Latejavam as gengivas
que sorriam giletes
anestesias de conhaque
escorriam pelo cabelo
oleoso
e o olhos?
furados e pregados
na parede como moldura
de decoração gótica
o resto dos rostos
perfilados
perfumados pesadelos
que arrastavam o dia
no museu
macabro do cotidiano cinza
que escorregava disenteria
pelo grelo
e pelo sorriso banguela
que mastigava navalha.
4 comentários:
O título vale o poema... o poema vale o dia, a noite e muitas madrugadas..., Paes admiro seus poemas, pode acreditar. Tô meio tonta agora, vinda de um bar, hoje não trabalhei, paralisação na rede municipal e eu fiquei bebum, veja só!! São as navalhas cortando todas as gengivas banguelas e as caras dos caretas...beijão, cara!
Cara,de uma força estas tuas palavras...navalha na carne.
Teus versos tem a força de ressignificar qualquer cotidiano cinza.
bjo.
sorriso de gilete.
a vida tem me sorrido assim.
sempre certeiro, tu.
beijo.
Geralmente esquecemos da lâmina seu potencial de precisão. Nem só feridas fazem as giletes. As suas, por exemplo, desenham sorrisos. Tudo depende da destreza do manuseio.
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