quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

UM POEMA DE 'EU TE AMO'

Estou aqui, me encontrando na floresta de espinho de meus pensamentos
aos goles d'água e os bocados de salame apimentado com mostarda escura
pensando se seria moral e sensato, nesse momento, abrir uma garrafa de vinho
enquanto me arrependo em não ter comprado cervejas

Penso na cura do câncer do mundo e,
também, apaixonado, penso na maravilha que é saber que na imensidão da nossa cama
você descansa, bêbada de amor, num sono sereno e profundo

Penso nos nossos prazeres e nos nossos pecados
nas aventuras e desventuras de nossas almas em meio às cores
na ameaça letal e na guerra que travamos contra o tempo

Nos nossos dias, completamente apaixonados
e nos abraços, nus e apertados
nos nós de nossas pernas, nos laços de nossos braços
no sexo dos nossos membros

Sinto vontade de, com minhas mãos, apertar o teu pescoço
te libertar, com a nossa libido libertina
te sufocar até faltar ar
Em seguida, te beijar e sentir o amor correr, pelo teu gélido corpo

Vontade de te esquartejar, membro a membro
na imensidão da nossa cama, me pintar com cada gota do teu sangue
Com o teu clitóris, ornar um belo colar
para carregar, pendurado em meu pescoço, próximo ao meu coração, o teu pedaço
mais sensível, mais bonito, mais intenso, mais cultuado
a representação perfeita da sua essência
Ocasionalmente coloco-o em minha boca, dou-lhe uma pequena mordiscada
para sentir o sabor do teu gozo

Com teus olhos,
serenos, sinceros, singelos
negros, com uma camada policrômica,
ataviar um belo par de brincos
furá-los em minhas orelhas
Com tua pele me vestir
num belo vestido de tom claro
com seios grandes, redondos e empinados
com cheiro de amêndoas e um tacto suave
Seus lábios, agora serão meus lábios
para que sua saliva seja pra sempre minha saliva
para que meu beijo seja para sempre teu beijo
para que minhas palavras se misturem com as suas
e façamos, em uníssono, um belo verso
num lego de fonemas

Então,
corro até o espelho e me olho
me vejo lindo, travestido de você
Sento a mesa,
sirvo, teu coração, num prato, temperado com ervas e porra
como-a até o último pedaço

Por fim,
tomo um suco de seu suor misturado a vitríolo
adoçado com seus dejetos
Para morrer
a tua imagem e semelhança
ensandecido, sorrindo e apaixonado.

3 comentários:

Nátalin Guvea disse...

Acho que você sabe tudo que eu achei deste poema.Pode ler aqui dentro.Lá naquele inteiro lugar que é só teu.
Eu te amo, vida.

Anônimo disse...

duas letras...
s/c
abraço meu amigoo
Que seja eterno poeta!

Isabela Pizani disse...

Vini, aquele foi um texto daqueles que surgem e a gente nem sabe porque e quando. Apenas vai escrevendo e quando vê, já foi. rs

Eu tento imaginar a alegria em vocês pelo Bento. Um carinha menor que você, mas com a sua cara e que te fará sentir-se como o maior de todos os homens quando te pedir pra lhe ensinar alguma coisa qualquer. rs
Tudo começa com ele cabendo no seu ant-braço. E depois, ele cresce rapidinho. rs

Esse seu texto me fez pensar nas formas de dizer, em muitas vezes, sem precisar usar palavras.
As vezes, por mais belas e simples, elas simplesmente não conseguem dizer.

Aqui tudo está bem.
Por aí?

Um Beijão!