terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Sóbrio, até demais

 


Sou o gênio da minha razão
a ficção da minha ciência
o segredo... pouco a pouco revelado

A loucura que chega, através de toda minha sobriedade
a surpresa inerte, desmascarada pelo meu maior inimigo
minha alma fugiu de casa, sem me deixar qualquer pista

Sou eu,
as mentiras que as pessoas trocam feito figuras repetidas
de um velho álbum empoeirado

Sou minha vagabunda preferida
louco pra engolir meu pau
num ato, recíproco, de prazer

Pelos padrões
que ditam as normas e as formas, culta, da arte
com um sol, um mar e tudo tão belo
Passando, na tevê, de canal em canal
e você nem se dá conta...
Ao abrir a porta, o sol te engole
o dia te consome
e
as baratas, entram aos montes
rasgando todas as pregas do teu cu

E, não há nada que me cale
ou que me faça vestir uma fantasia
e sambar no picadeiro
para dar sorrisos àquela plateia
que só sabe viver morrendo
e
se você ainda não morreu...
saiba que está morrendo
e quando essa hora chegar
será uma morte sóbria demais.





Na Vitrola, um dos meus artistas preferidos, Rogério Skylab

4 comentários:

Adriana Godoy disse...

Menino, que coisa, heim? Um poema bastante forte e provocativo. As imagens que se formam são demais, mas esse lance das barats, argh! Gostei. beijo.

Nátalin Guvea disse...

De fantasia, eu me derreto no sol.
(Mas as baratas não vão entrar em casa)
É essa loucura invertida que me tira o sono.

Eu te amo branquelo.

Nátalin Guvea disse...

E pelo que previu Dostoiévski, você está cada dia mais perto de ser um deus.
Não do meu.
Mas um homem-deus.

Isabela Pizani disse...

Vini, o Bento logo chega!

Beijo!