segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Paranóias de antemanhã

Perdoe-me
Por acreditar demais em mim
Por flertar com os mistérios do mundo
Por me procurar nos lugares onde sei que nunca estou
Por achar que sou aquele que não sou

Perdoe-me
Pelas manhãs que acordo angustiado
Por estar sempre parado enquanto o mundo inteiro dança
Por estar sem voz quando deseja me ouvir
Por estar com pressa quando o tempo atrasa
Por querer me despir pra despistar o tédio

Perdoe-me
Por alimentar incessantemente o meu desejo
Por sempre acreditar em meus sonhos
Por esperar, sem saber esperar
Por acordar, sem querer acordar
Por não poder dormir

Perdoe-me, espelho
Por eu ser assim tão feio
Tão transparente, tão incompreensivo
Por eu não saber me pintar, mesmo com todas essas cores

Perdoe-me,
Por eu não sabe me perdoar

4 comentários:

Anita Mendes disse...

chamarei esse poema de oração narcisita (rs)
belo!
perdoai os pecados do ego e seras live ?
beijos pra ti.
amei ,amei!
Anita.

Nátalin Guvea disse...

Não peça perdão ao espelho Vinícius.Ele é seu aliado.
Muito belo seu poema amor, as entrelinhas me contam as coisas e me cutucam com algumas das agonias gritantes.
A verdade é que somos iguais...apaixonados pelos que os outros chamam de defeitos.

Eu te amo.

Adriana Godoy disse...

Lindo poema confessional...poeticamnete belo, significados extremos! Saber se perdoar é o mais difícil, mas possível. Beijo, Paes.

Cintia Ferreira disse...

Lindo Vini..Eu me vi ali, em suas palavras.

bjo viu