quinta-feira, 15 de abril de 2010

Meu eu-lírico vai acabar me matando.


Eu ando
com um saco cheio entre as pernas
arrastando no chão, roçando nas pedras
Sento
olho pro meu pau, feio, mole e inválido
cuspo na mão e toco uma punheta
acelerada e ansiosa
um jato de porra atinge meus lábios, feito flecha da verdade
assim descubro, que minha porra tem gosto de mel
engulo tudo,
me lambuzo e permaneço, a mim, fiel
Passei a dançar ser ter o cuidado de manter os pés sobre o chão
tenho fumado muito, andei tomando algumas
mas continuo amando uma mesma mulher.


foto por Nátalin Guvêa

4 comentários:

dansesurlamerde disse...

eu acho válido permanecer fiel a uma mesma mulher, e, mais ainda, permanecer fiel a ti.

gostei do texto.

beijo.

Adriana Godoy disse...

Eta, Paes, isso sim que é amor! Texto duca..Mais um que me arrebata. beijo.

Nátalin Guvea disse...

A loucura e o lirismo não são coisas fáceis de serem entendidas, por isso, nunca te abandone, só você mesmo sabe a importância que tem.
Eu gostei desse texto,alem de refletir o meu, reflete nós dois...em uma das etapas do nosso conhecimento.
Como dois.
Como um.
Talvez como três.

Eu te amo.

Anita Mendes disse...

"tenho fumado muito, andei tomando algumas
mas continuo amando uma mesma mulher."

que bom! porque pelo que saiba "narcoticos" sao polygamos!!! kkkkkkk
digo -te :um poema Antropofagico!
Beatnik em zero graus! Amei.