quinta-feira, 8 de abril de 2010

Planetário

Há bilhões de anos
lá estão elas nos observando
de cima o plano toma cores
e estamos estáticos, fossilizados
nus e agarrados
dois corpos em um único espaço
contrariando todas as leis da física

Há bilhões de anos
estamos alinhados
corpo e alma
e esquecendo o que não serve de lembrança
a nossa sombra derrete a luz
o meu corpo derrete e se funde ao teu
Esse mundo já ficou pequeno pra nós
Agora, eu e você somos o mundo e nada mais existe
Além de nós
o resto é irreal
Vou desenhar pra você um novo universo
inverso, o avesso das palavras
uma linguagem escrita por olhares
uma esfera brilhante, a gênese de uma nova dimensão

Há bilhões de anos
lá estão elas nos observando
as estrelas, sempre tão serenas
nos envolvendo como parte da constelação.


(poema, originalmente, publicado em 06.07.2009, neste blogue)

6 comentários:

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Belíssimo! Duas almas e os corpos se fazendo um é quase mágico, quase sempre...

Isabela Pizani disse...

Eu conheço as estrelas. Algumas moram perto do meu planeta, pr'onde viajo quase sempre, explorando o universo e criando dimensões.
Elas estão sempre sorrindo, por isso o brilho.

Beijo, Vini!

May disse...

há bilhões de anos, não era possivel encontrar as estrelas de forma tão bela, era como se diz, eu e ela...
entre olhos que não podem ver tal beleza serena eu brinco com meu riso que sente sua leveza!

Unknown disse...

esse poema da vontade de nunca mais voltar pra Terra...
beijos...

Vinícius Paes disse...

Francisco, é sempre uma honra sua presença por aqui.

Isa, querida amiga, as estrelas nunca deixaram de sorrir.

Mayra, obrigado pela visita, volte sempre.

Ana, eu ainda não voltei pra Terra, moro por aí, em meio a essas linhas, ou outras e outras e outras.

dansesurlamerde disse...

tu pode espiar, mocinho.

beijo.