terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Um balanço do meu 2009.

O ano passou tão rápido:
Descobri que sou um bom poeta
Afinal, sei onde fica o clitóris e sei o que fazer com ele
Bebo todos os dias da semana e fico bêbado ao menos nuns cinco deles
Fumo, ainda, um maço ou mais por dia
Vez ou outra fumo meu baseado, com menor frequência que antes, porém com a mesma intensidade
Ainda sou crítico com as coisas, leio bastante, jornais, livros, revistas, escrituras de banheiros públicos

Nas Segundas ouvi muito Jazz, de Mile Davis e Coltrane a John Pizzarelli
Nas terças-bossa, nas quartas-samba, nas quintas-rock, nas sextas-blues
Nos fins de semana compus minhas canções, com o mesmo violão dos anos passados, aquele que já não dá nem afinação
Me casei, fiz um filho e estou apaixonado pela minha família
Espero ansioso, todos os dias, minha esposa chegar do trabalho para treparmos feito animais e acordar toda a vizinhança
Beber vinho, sentados nus sobre a cama, e discutir filosofia, música e literatura durante a madrugada, ou simplesmente fazer declarações de amor
Depois dormir com ela em meus braços enquanto nosso neném ganha forma em seu útero
Me afastei um pouco de Nietzsche, no entanto me reencontrei com Bukowski
Ah, também re-li "Coração de Vidro", doze anos depois de ter lido-o pela primeira vez, ele continua lindo e puro, como se eu ainda tivesse oito anos


Passei mais tempo com meus pais e meu irmão, descobri que são companhias agradáveis até mesmo para mim
Procurei trabalho, tentei trabalhar e descobri que sou um bom poeta, ainda boêmio e apaixonado pela calma e serenidade das madrugadas
Embora esteja dormindo algumas horas mais cedo, ainda acordo após o meio-dia e, ainda, em jejum, como de praxe, acendo um cigarro
Ganhei alguns quilos, perdi mais um tanto de cabelo, me olho no espelho e ainda me vejo lindo
Enfim, não faço planos grandiosos para o próximo ano, vejo beleza no acontecer das coisas, e como todo bom poeta: não desejo largar a bebida e nem os cigarros.



Espero ano que vem ler mais livros, ver mais filmes, tomar mais cerveja, fumar mais cigarros, fazer mais amor com minha mulher, dizer pra ela mais vezes que a amo, ter uma horta no fundo de casa e carregar meu filho no colo


Um ótimo 2010 pra todos com muita paz, amor, álcool e poesia
Feliz Ano Novo, até breve, amigos!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Mimetismo

palavras de véspera de natal.

Se é verdade o que eles dizem, a Terra superaqueceu

Enquanto a lua chorava, lágrima por lágrima

Eu, descalço, jogava pedras na chuva

E as estrelas são sardas na pele do céu

Seu rosto é o norte dos meus sentidos

Meu barco, hoje bem menos solitário, naufraga na porta da sua vida

E todos fingem que não enxergam, com olhos secos e escamados

Dois corpos em queda-livre, mãos dadas

Velocidade dobrada, rumo ao Sentido Algum

Dado a beleza e perfeição, da natureza das coisas e dos mistérios da evolução

Hoje me faço novo, admirando todas as cores deste abismo, que alguns chamam de vida

Em nome da cor e do amor

Eu vejo milhões de balões pelo ar

E naquele abraço, recolho meus cacos e me reestruturo nesse formato você




neste natal, Cristo, crente que estava vivo, morreu...


Tirando toda a besteira do nascimento, o natal é sim, sem pormenores, uma data onde a paz e a plenitude das coisas começam a tomar formas e tudo fica mais calmo e sereno, assim é a vida amigos, uma constante evolução. Há pouco mais de um ano publiquei meu primeiro texto nesta plataforma digital e cheia de frescurinhas modernas, qual eu sou eternamente grato, por encontros que tal me proporcionou. Hoje, venho dar-lhes um abraço em forma de palavras e desejar-lhes um Bom Natal, com muito amor, paz, pessoas coloridas, bebidas, cigarros e outras coisas que seria politicamente incorreto dizer aqui. hahaha.

Boas festas e paciência com aqueles parentes chatos, infelizmente o sangue deles corre também em vocês. Blasfemem e gozem o máximo possível dessa/nesta data. Agarro meu amor e meu filho, num natal cheio de planos, marasmos e filosofias.

Enfim, boa bebedeira natalina! E ressaca é um estilo de vida.


Paz, amor e poesia a todos.


sábado, 12 de dezembro de 2009

Nem todas as rosas são rosas, mas ainda assim chamam-se rosas

E eu quero,
a minha nêga é faceira, dengosa e beijoqueira
olhos negros, nariz empinado, sorriso bonito
tem as pernas desviadas, um charme a mais
um andar engraçado, e o jeito que ela mexe com os braços
Ah, eu não canso de olhar
a minha nêga é branca, com cabelos bagunçado
um aglomerado de paradoxos, intrigante
elegante, excitante
ela guarda meu coração nas mãos
e eu me guardo ora nos seus cabelos, ora no seu corpo, ora no seu mundo
(entre seus rins)

Notícias de alto mar

Passou,
envelheceu, venceu, apodreceu
Há bolor por toda parte
Fatias de solidão
Migalhas de um coração, cheirando a mofo
Não vejo perigo em cogumelos radioativos
Num balanço, meus olhos mareados
No peito a estreiteza, onde morrem os receios

Estou só, a tua espera, em meu barco
Do mar o ponto mais alto
Onde nem mesmo as ondas ousam chegar.