Divide-se em duas, a boa e a má, nota-se a violência em todo lugar. Os olhos podem estar abertos, virados, ou fechados. Da mais profunda escuridão até a mais ofuscante claridade. É incrível a sua onipresença. A violência está para o céu, assim como para o inferno. Vezes desfigura vidas, outras configura amores.
Há violência no nascimento, nos berros da mãe ao cuspir por entre pernas sua prole, um desconforto em busca de vida, prazeroso. Há violência na morte, no choro dos que ficam, e no sorriso do que vai. Há violência no sexo, e pode ser muito gostosa, nos tapas desferidos com carinho, nas mordidas de tesão, no suor da carne tocando carne, nos gemidos agudos ou calados, em todo o contorcionismo “orgasmático” do gozo, não há nada tão violento e lindo como uma bela trepada. Vejo violência até mesmo no amor, na ansiedade de quem espera, e na saudade de quem se foi. A bela violência.
A violência vai além das agressões físicas, verbais, morais. Existe também a violência cultural, onde a alienação em massa pode ser fatal. A violência da suprema sabedoria, que chega junto com a loucura e a solidão. Violência de guerra, violência de paz. Ou a simples violência do outono que lentamente degrada a última flor da primavera.
A violência vai além das agressões físicas, verbais, morais. Existe também a violência cultural, onde a alienação em massa pode ser fatal. A violência da suprema sabedoria, que chega junto com a loucura e a solidão. Violência de guerra, violência de paz. Ou a simples violência do outono que lentamente degrada a última flor da primavera.
v.m.paes
3 comentários:
Texto violentamente doce.
a dualidade das coisas são inevitáveis.
"não há nada tão violento e lindo como uma bela trepada."
ps: concordo imensamente contigo nessa parte.
muito bonito, paes.
Beijos pra ti,
Anita Mendes.
Que belo texto. A violência fica sempre à espreita só esperando que a acordem. Bonito mesmo.
Tem um poema pra mim no blog da Hercília. Beijo.
http://fernandeshercilia.blogspot.com/
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