terça-feira, 4 de agosto de 2009

Ao nascimento do meu filho bastardo

Da desgraça
leprosa fecundação
dos pedaços que me tira, germina e cresce
parasita que deforma meu corpo e rouba meu sangue
aumenta meus seios, dilata minha vulva
um câncer que faz cair meus cabelos

Agora é a hora
em que me livro das dores
e dos horrores daquilo que o desejo não concebeu
o filho que o Diabo me deu
enquanto eu inocente buscava o prazer

Agora é a hora
em que escarro por entre minhas pernas
misturado em sangue e placenta
o pequeno monstro enforcado no cordão umbilical

4 comentários:

Anita Mendes disse...

o processo foi uma dádiva que o corpo prescisava rejeitar... o nascimento uma prova de que tudo aquilo não foi en vão.
ps: violento;gostei!

beijos pra ti, paes.

Anita.

Adriana Godoy disse...

Porra, Paes, agora vc arrasou!! Me lembrou Curuminha de Chico. Tão forte, sangrento, literalmente, visceral. Gostei muito, e choca. beijo

Nátalin Guvea disse...

Tenho inveja de como consegue sentir tanto e tão intensamente uma dor que não é sua.

Te amo amor.

elisa disse...

Pqp detona fdp!!
hauahuhauhauhauh