quinta-feira, 18 de junho de 2009

Nos derrubaram
Mais uma vez amigos, estamos no chão
E o que faremos agora?
Estão queimando todas as informações há tempos
E querem queimar aquele que agora vos fala
Você liga?
Atende?
Desliga, sem nada dizer?

Açougueiros serão cirurgiões
Jornalistas meros escrivões
de crimes sem castigo
e amores sem juízo
de sonhos e qualquer outro tipo de entretenimento
Escrituras em pele de carneiro
daquelas qual se come sem tempero

Gritemos pois bem, em desespero
nunca seremos os últimos
nem os primeiros
meu respeito ultrapassa as barreiras dos teus peitos
os teus sutiãs
o meu paladar de gosto azedo
que não precisa de palavras pra informar
controlar, dispersar, estuprar

Vai! Faz assim que eu gosto
faz assim que eu gozo
faz assim que eu chupo
depois eu cuspo
e quem acredita?

Eu estou levantando...
se protejam
Vou chutar as nádegas de deus
vou corromper o demônio
Tinhoso demente
Se eu pudesse eu cuspia em tua cara sementes
daquilo que nenhum solo fértil pôde aceitar

Bate que eu gosto!
Esses são seus últimos depósitos
no meu banco de sêmen
sou pródigo
andrógeno
bucólico
Sou etílico
acrílico
ridículo

Me morde agora!
e engula o que sobrou da verdade em mim
em nós
pois somos a voz do destino.


Vai! Atira logo!

3 comentários:

Adriana Godoy disse...

Essa questão que você abordou tão poeticamente do fim da obrigação do diploma de jornalismo é tão polêmica!! Mas você o fez de uma maneira tão bela que tocou meu coração. Poeta é assim, das coisas mais áridas tira uma água cristalina. Lindo, Paes.

PS: Indico o blog "escrevinhamentos" que aborda de uma maneira interessante essa questão.

E aqui vai uma mensagem de um amigo meu jornalista que me enviou ontem:

Amigos, jornalistas, companheiros de lutas, prestai-me atenção! Estou aqui para sepultar o diploma, não para glorificá-lo. O mal que fazem as regulamentações dos homens perdura depois delas! Frequentemente, o bem que fizeram é sepultado com as próprias letras! Que assim seja com o diploma! O nobre Gilmar vos disse que o diploma é um entrave ao direito de se comunicar. Se assim foi, era uma falta grave e os diplomados pagaram gravemente. Aqui, com o supremo direito de me expressar agora garantido por Gilmar e os demais (pois Gilmar é um homem honrado, como todos os demais são homens honrados), venho falar dos funerais e da precarização de nosso oficio. O diploma era o nosso juramento e a baliza ética pela qual muito de nós nos espelamos. Mas Gilmar disse que era uma excrescência do período ditatorial; e Gilmar é u m homem honrado. O diploma levou milhares às cadeiras das faculdades, obrigou muitos a se tornarem mais atentos e cultos, abarrotando os cofres das universidades e do Estado, nesse aspecto parecia uma excrescência ditatorial? E as tantas mesas alimentadas pelo exercício garantido por ele? A excrescência ditatorial deve ser dura, mas quanto avanço nas relações trabalhistas e éticas proporcionou a excrescência que agora jaze morta. Entretanto Gilmar disse que ele era uma excrescência e, sem dúvida alguma, Gilmar é um homem honrado. Não falo para desaprovar o que Gilmar disse, mas aqui estou para falar daquilo que conheço! Todos vós que um dia que um dia defendestes a luta por informações bem apuradas, que agora ficarão à mercê das loas escritas por médicos e advogados a homens honrados e seu séquito, que motivos têm para pranteá-lo? Oh! inteligências e critérios, fugistes. agora plenos, para os favores dos irracionais barões da comunicação, pois os h omens perderam o juízo!... Desculpai-me! Meu coração está ali, com o meu diploma que inerte e inútil completa duas décadas, e é preciso esperar até que ele para mim volte, para provar que a única profissão para a qual se nasce feito é a de imbecil (ou de filho-da-puta)!

Desculpem-me! Estou muito emocionado e deveras triste!

Fernando Righi Marco

Belo Horizonte, 18 de junho de 2009, 00h45

E a resposta do Barone:(Escrevinhamentos)

Oi Adriana,
obrigado por ter enviado. Mas seu amigo escreveu um monte de balelas sentimentalóides. A não exigência do diploma não o sepulta, pelo contrário, o valoriza visto que agora ele terá que representar algo mais do que o amontoado de besteiras que as fábricas de diploma vendem como se fosse conhecimento. Quem sabe daqui há 10 anos um diploma de Jornalismo valha o que ele realmente deveria valer.

Vinícius Paes disse...

Adriana, suas visitas e as nossas semelhanças são de um agrado enorme.
Eu estou triste com a decisão do nosso amigo Gilmar (que é um homem honrado)haha. Ciro Marcondes tinha razão, eles querem os cães cada vez mais perdidos. Tenho muito pra falar, argumentar, chorar sobre tal assunto, mas de que adianta agora?

Obrigado pela visita, e pelas indicações.

Nátalin Guvea disse...

Estamos no chão.
E nos levantaremos, meu bem.
Não vou morrer e ja disse, vc tambem não.
Bjos.